Tendências de busca e impactos do COVID-19 nas estratégias digitais

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02 Junho 2020
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Saiba mais sobre a transformação do comportamento de buscas e consumo como resposta ao novo cenário econômico e entenda por que SEO é uma das apostas estratégicas para o momento.

“Como fazer pão?”

“Como cortar o cabelo sozinho?”

“Farmácia com delivery de medicamentos perto de mim”

“Melhores séries do Netflix”

“Curso online gratuito sobre marketing digital”

Fazemos buscas sempre que queremos ou precisamos de algo. E, apesar de individualmente termos gostos e necessidades únicas, coletivamente temos muitos comportamentos semelhantes de pesquisa.

Se faz frio, pesquisamos por receitas de sopa. Se faz calor, queremos aprender a fazer sorvete em casa. Se estamos em isolamento social, naturalmente, surgirão novas tendências de pesquisa. Afinal, nossos desejos e necessidades serão diferentes e as buscas funcionam como um espelho de nossa realidade.

Lá em 2012, Enge, Spencer, Stricchiola e Fishkin já definiam as buscas na web como “um fenômeno global”, com uma demanda crescente justificada pela possibilidade de obter informações em poucos segundos.

De lá pra cá, muita coisa mudou – da forma como as pessoas pesquisam até a configuração da página de resultados de busca do Google. Mas todas essas transformações têm o mesmo em comum: o desejo de encontrar e oferecer respostas personalizadas cada vez mais rápido.

 

Observando as tendências do momento:

Nas últimas semanas, observamos uma transformação na rotina das pessoas a nível global. Home office e isolamento social exigiram que os brasileiros repensassem suas prioridades, descobrissem novas formas de passar o tempo sem sair de casa e consumissem, principalmente, os itens mais básicos através de delivery.

Apesar do ritmo do consumo (principalmente em lojas físicas), ter diminuído, as pessoas estão mais conectadas do que nunca, virtualmente, é claro. De acordo com a pesquisa do GlobalWebIndex, realizada em março, 77% dos adultos brasileiros estão gastando mais tempo em seus smartphones desde o início do isolamento.

Neste novo cenário, as pessoas podem até deixar de consumir determinados serviços e produtos, mas não deixarão de pesquisar por informação. De acordo com Tara Walpert Levy (Agency and Brand Solucions, Google), podemos observar 5 novos comportamentos de pesquisa que refletem essa realidade:

  1. busca por informação e atualizações sobre estabelecimentos e horários de funcionamento;
  2. descoberta de novas conexões através de redes sociais, procura por jogos multiplayer e vídeos caseiros;
  3. adaptação à nova rotina em busca de exercícios para fazer em casa e muito “do it yourself”;
  4. demonstração de gratidão a quem está ajudando, como médicos, motoristas e entregadores;
  5. cuidado pessoal e com os outros através de buscas por apps de meditação, conteúdo sobre saúde mental e tour virtuais.

As mudanças na rotina dos consumidores e os novos hábitos de pesquisa confirmam que é necessário repensar a forma como as marcas interagem com o público, facilitando a conexão entre as pessoas, entregando informações realmente úteis para o momento, preocupando-se com o bem-estar e ajustando-se à nova realidade (que, esperamos, seja temporária).

Segundo Nathan Turner, Key Account Manager na iPullRank, as estratégias adotadas neste momento determinarão o posicionamento de cada marca no futuro. "Focar em aumentar o share de marca na busca orgânica pode te ajudar a ficar alguns passos à frente de seus concorrentes quando o mercado se recuperar e a vida voltar ao normal,” explica.

 

Repensando estratégias e investimentos

Acontecimentos globais, como Brexit, por exemplo, já demonstraram ter impacto direto na performance de anúncios PPC (pay-per-click). Naturalmente, no atual cenário mundial, também já podemos observar uma redução no budget de campanhas de Search no Google, conforme estudo da World Stream.

Com a baixa no consumo de produtos e serviços em alguns segmentos, muitas empresas precisaram readequar sua estratégia de marketing, diminuindo os esforços de promoção de produtos em mídia paga (on & offline), e focando em branding, através de redes sociais e e-mail marketing.

Apesar de termos uma quantidade imensurável de dados e histórico do comportamento do consumidor online, estamos em um território completamente novo. Por isso, além de acompanhar as transformações e tendências do mercado em tempo real, é fundamental que os profissionais de marketing tracem planos a curto e longo prazo, conforme mostra o compilado da SocialBakers.

O estudo divide o plano de marketing em 3 etapas:

A primeira, é entender os novos comportamentos de consumo e criar respostas a partir de suas necessidades. Neste momento, é natural que exista uma queda no crescimento do negócio.

Em seguida, é necessário traçar um plano de crescimento que será executado quando o comportamento do público-alvo “voltar ao normal”.

Por fim, quando o crescimento for retomado, será necessário recuperar todo o atraso. Por isso, o plano desenvolvido na etapa anterior precisa prever uma vantagem competitiva para o negócio.

 

Como as marcas devem adequar suas estratégias?

Com base nos dados de busca e nas previsões econômicas para as próximas semanas, o foco de marketing neste momento deve ser investir em marca e conteúdo topo funil. Estamos, afinal, vivendo a segunda fase do plano de recessão, e nos preparando para a etapa seguinte.

Não é novidade que o conteúdo educacional tem impacto na percepção e confiança de marca. Aliás, essa estratégia já faz parte da realidade de muitas empresas, basta olharmos para os números: diariamente, são publicados mais de 5 milhões de blog posts na internet, segundo estatísticas da Web Site Hosting Rating. Além disso, a pesquisa também destaca que 71% de todos as compras começam com uma pesquisa genérica e sem marca. 

Exemplos de abordagem topo de funil:

  • Vídeos “home made”, mostrando os bastidores da marca, criando conexões;
  • Textos informativos sobre assuntos relacionados aos produtos e serviços da empresa e como isso afeta os consumidores em tempos de isolamento social;
  • Dicas para facilitar a rotina das pessoas, considerando seus novos hábitos.

Exemplos de abordagem meio e fundo de funil:

  • Revisar elementos básicos das páginas de produto e catálogos de serviço;
  • Conectar as ações de topo e fundo de funil;
  • Criar uma experiência positiva para o usuário – produtos fáceis de encontrar, site rápido, conteúdo atrativo e páginas fluidas.

Vale reforçar que para tomar a dianteira frente aos concorrentes na terceira etapa do plano, é necessário investir em ações fundo de funil que trarão benefícios a longo prazo paralelamente às estratégias topo de funil. Ou seja, não podemos esquecer dos produtos e serviços apenas porque não estão sendo consumidos em alta demanda por enquanto.

Por fim, para que a estratégia realmente funcione, é importante acompanhar de perto o comportamento do público-alvo, readequando o plano às mudanças de interesse e necessidades observadas.

E nem é preciso ir muito longe para encontrar as respostas: já que não podemos sair de casa, as pesquisas no Google podem ser utilizadas para entender o que realmente importa neste momento. Ferramentas como Google Trends (tão subestimado), SemRush e Keyword Planner são importantes aliadas neste processo, mas apenas para coleta de informações – afinal, a análise de dados precisa estar presente em todas as disciplinas do marketing, da mídia ao SEO.

É hora de investir em otimizações

Por falar em tendências de busca, a otimização para mecanismos de busca (SEO) é, neste momento, uma competência-chave para as marcas que pretendem explorar as oportunidades do mercado e se preparar para a retomada dos negócios. Segundo entrevista de Pat Reinhart, VP of Digital Strategy at Conductor, para o site Search Engine Journal, SEO focado em conteúdo é o caminho mais direto e com melhor custo benefício para manter seu negócio durante períodos de inatividade econômica.

“Requer um investimento menor e não possui um botão de “ligar/desligar” como as campanhas de mídia tradicional, portanto compensa por muito tempo após o investimento”, explica o executivo.

Já é possível observar, inclusive, um crescimento no interesse por SEO nas pesquisas no Google. De acordo com Google Trends, buscas pelo tema “Otimização para Mecanismos de Busca” atingiram, nas últimas semanas, os dois maiores picos de interesse em 12 meses.

 

Pesquisa por “SEO” no Brasil

Isso torna o trabalho de SEO ainda mais importante neste momento, visto que a competição orgânica é muito maior em pesquisas de conversão. Ou seja, o topo da página de resultado de buscas do Google não é conquistado do dia para a noite. É um trabalho de “bastidores” com resultados duradouros, mas que exige tempo e dedicação.

Quais são as apostas da i-Cherry para este momento?

“É um momento único na história e todos estão sendo impactados em maior ou menor grau, alguns até positivamente”, explica Alexandre Kavinski, sócio fundador da i-Cherry. Segundo ele, já passamos pelo momento mais difícil, de choque, onde para muitos consumidores e empresas a reação foi de paralisia. “Agora estamos passando por uma fase de adaptação, onde começamos a aceitar o cenário e retomar alguns hábitos, inclusive de consumo”, completa.

Ainda de acordo com Kavinski, as empresas que têm oportunidades e estão crescendo neste momento devem reforçar as estratégias e acelerar seus processos – sempre com consciência e muita empatia pelos colaboradores e consumidores.

Em paralelo, as marcas que vêm sofrendo com a crise precisam ter paciência e disciplina, aproveitando o momento para arrumar a casa, especialmente no que diz respeito a SEO, conteúdo e dados. “A crise não vai durar para sempre e quem estiver mais preparado lá do outro lado vai com certeza ter muito mais oportunidades que aqueles que não se prepararam aumentando as chances de ganho de mercado”, completa o gestor.

Diogo Salsa, coordenador da equipe de SEO da i-Cherry também enxerga oportunidades de crescimento para marcas que decidam investir em otimizações neste período. Mas, segundo ele, construir uma boa experiência leva tempo – por isso, os resultados podem não ser imediatos, mas os esforços aplicados agora serão reconhecidos em um futuro próximo.

“Em diversos segmentos notamos uma redução nos acessos às páginas de transação e um aumento nas páginas informacionais e institucionais. Essa é uma informação muito valiosa para as marcas, pois nem sempre o usuário quer comprar logo de primeira”, explica o especialista. “É necessário envolver o usuário, dar o máximo possível de informações sobre o produto/serviço a ponto da sua marca ficar na memória do consumidor como uma referência naquele assunto”, reforça.

Já é possível, inclusive, visualizar resultados (positivos e negativos) da inércia ou investimento na disciplina. Por fim, vale lembrar que além de conteúdo de qualidade, uma boa experiência do usuário é consequência da diversificação da árvore do site, facilidade para encontrar informações e rapidez das páginas. No fim das contas, o ouro está justamente onde todo esse ciclo começa: oferecer, de forma eficiente, a melhor resposta para cada intenção de busca.

Veja, também, 5 dicas de SEO para o segmento de educação online.

Referências:

https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/varejo-registra-alta-marco-nielsen-covid-19/
https://www.conductor.com/blog/2017/07/winning-customers-educational-content/
https://www.socialmediatoday.com/news/the-impact-of-covid-19-on-search-trends-and-seo-infographic/575576/
https://www.thinkwithgoogle.com/consumer-insights/consumer-needs-research/

https://www.websitehostingrating.com/internet-statistics-facts/

https://www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/tendencias-de-consumo/recursos-e-insights-para-ajudar-em-tempos-incerteza/

https://www.wordstream.com/blog/ws/2020/03/30/covid-19-google-search-trends

https://www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/tendencias-de-consumo/como-as-pessoas-estao-usando-o-youtube-para-lidar-com-o-isolamento/

https://www.thinkwithgoogle.com/marketing-resources/coronavirus-crisis-marketing-examples/

https://marketing-interactive.com/study-what-channels-are-marketers-investing-in-most-during-covid-19

 

 

 

 

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